Para o Reumatologista as mãos são “um livro aberto”, pois muitas das Doenças Reumáticas nelas se manifestam, fornecendo assim informação essencial na avaliação do doente.
A artrite é um processo inflamatório da membrana que recobre a articulação, denominada sinovial. Caracteriza-se pela produção de líquido, calor e rubor que originam dor articular (muitas vezes em repouso e matinal), inchaço, rigidez e dificuldade/incapacidade na mobilização dessa articulação.
A artrite pode afetar ambos os sexos e aparecer em todas as idades, contudo é mais frequente nas mulheres e em idades mais avançadas. O número de articulações afetadas pela artrite pode variar: monoartrite (apenas uma articulação), oligoartrite (2 a 4) e poliartrite (mais de 5 articulações).
Em muitos casos podem aparecer lesões cutâneas nas mãos que nos podem informar sobre a natureza da doença de base (psoríase, lúpus eritematoso sistémico, esclerose sistémica, dermatomiosite…); nódulos ou “caroços” sobre as articulações ou tendões; e deformações dos dedos.
Existem mais de 100 tipos de artrites. As causas são múltiplas, podendo ser auto-imunes (artrite reumatóide, artrite psoriática, espondilartrites, gota, doença por depósito de pirofosfato cálcio, lúpus eritematoso sistémico, esclerose sistémica, polimiosite, dermatomiosite…), infeciosas, degenerativas (osteoartrose), traumáticas e neoplásicas, estas últimas raras.
A história clínica completa e exame físico minucioso, aliados a análises de sangue e exames de imagem específicos, são vitais para o correto diagnóstico.
O diagnóstico e tratamento precoce da artrite são fundamentais não só para melhorar a dor, a rigidez, o sofrimento e a limitação articular, mas também para evitar a destruição permanente da cartilagem e da articulação.
O tratamento depende da causa e é essencial para eliminar a inflamação, prevenir a destruição articular e evitar o reaparecimento da artrite na mesma ou em outras articulações. O tratamento farmacológico baseia-se em analgésicos, anti-inflamatórios e medicamentos antirreumáticos (corticoides e imunossupressores).
As terapêuticas não-farmacológicas passam pela fisioterapia e pela reabilitação funcional com o objetivo de recuperar a função das articulações.
O tratamento cirúrgico utiliza-se em fases avançadas, quando já existe bastante destruição e limitação articular, para tentar restaurar as articulações afetadas ou substituí-las por próteses.